O compositor Mombaça, que desde 1999 resolveu cantar as próprias músicas e mostar a sua voz e o talento, teve o contato com a MPB, “a praia” do cantor, já adolescente. “Eu tive contato com a MPB na universidade, criei um trio. O Trio Sem Telha que deu origem a minha carreira artística. Depois caminhei por ai, até chegar aqui, para fazer esse show, na Casa da Gávea e lançar o CD Afro-Memoria +Pretinhosidade.”, conta.



O CD tem participações especiais de Mart'nália em Obnubliado e parceria em Pretinhosidade e Chega, sucessos dos badalados shows da cantora. Outras grandes participações foram: o cantor e compositor congolês Lokua Kanza e o pianista brasileiro João Carlos Coutinho em Pra Viver ou Morrer de Amor e da cantora Maria Hime, filha de Francis e Olivia Hime, em Denegrir.



Da vida na zona oeste carioca e da faculdade de História no início da década de 80, Mombaça traz a consciência social. Da vivência como músico de noite, ganha o tom romântico. “Vamos levar pro mundo a mensagem de igualdade, de paridade étnica. O Brasil é um país rico e o nome do projeto é Afro-Memória+Pretinhosidade.”



Mombaça canta por um mundo melhor na política Mandelas, mas segue romântico em Entre Nós que, irresistível, cita Abdias do Nascimento, fundador de um importante movimento negro. A música para Mombaça é mais que letras e arranjos musicais que combinam, é uma forma de conscientização. “Eu estou a serviço da música. A verdade é que tudo que a gente canta por ai são as coisas que passam por nossas cabeças e corações. Eu procuro me colocar como um veiculo condutor de emoções bacanas e dar toques.”, disse Mombaça.


Letícia Signorelli